O Conselho de Administração da Petrobras aprovou nesta segunda-feira (27) o nome de Caio Mario Paes de Andrade como novo integrante do órgão e presidente da estatal. Com isso, ele substituirá Fernando Assumpção Borges, que ocupava interinamente a presidência desde 20 de junho.Foram 7 votos a favor do indicado do governo e 3 votos contra na votação, que teve início às 11h. Andrade ocupará o cargo de conselheiro interinamente até a próxima Assembleia Geral Extraordinária de acionistas da empresa, quando seu nome será avaliado pelos acionistas para um assento definitivo.
Andrade foi indicado para o cargo pelo governo federal em maio deste ano, para substituir José Mauro Ferreira Coelho. Já Coelho ocupou o cargo por pouco mais de 60 dias, e renunciou em 20 de junho devido a críticas de políticos após um novo reajuste nos preços da gasolina e do diesel.
A expectativa era de que o nome de Andrade tivesse de dois a quatro votos contrários à indicação. O número não seria suficiente para impedir a eleição, com o governo tendo uma maioria no órgão após ter indicado seis dos dez conselheiros atuais.
Na última sexta-feira (24), o Comitê de Elegibilidade da estatal aprovou o nome de Andrade, permitindo a votação. A aprovação, entretanto, não foi unânime. O nome recebeu três votos favoráveis e um contrário. Segundo a analista da CNN Raquel Landim, houve divergências sobre o conhecimento e a experiência dele para ocupar o cargo.
Um dos membros do comitê argumentou que o executivo não tem notório conhecimento no setor de petróleo e não tem experiência no comando de grandes companhias. A maior empresa dirigida por Andrade até agora tinha cerca de 100 funcionários.
De acordo com a ata da reunião do Comitê, Andrade negou ter recebido qualquer “orientação específica ou geral” do governo para mudar a política atual de preços dos combustíveis da Petrobras, que segue a cotação internacional do barril de petróleo.
Apesar do comunicado à companhia, na última quarta-feira (22) o presidente Jair Bolsonaro afirmou que, se eleito, Caio Paes de Andrade iria mudar os diretores da Petrobras para dar uma “nova dinâmica” à empresa e alterar a política de paridade de preços de importação “se for o caso”.
A expectativa inicial era de que o nome de Andrade só fosse eleito em uma Assembleia Geral Extraordinária de acionistas em julho, respeitando o tempo demandado entre o anúncio e a convocação. Entretanto, a renúncia de Coelho permitiu que a entrada do novo presidente fosse adiantada.
O novo presidente da estatal tem formação em Comunicação Social pela Universidade Paulista, pós-graduação em Administração e Gestão pela Harvard University e Mestre em Administração de Empresas pela Duke University.
O executivo vem da Secretaria Especial de Desburocratização, Gestão e Governo Digital do Ministério da Economia, onde é responsável pela plataforma Gov.br. Em 2019 passou da iniciativa privada para a pública, onde atuou como presidente do Serpro (Serviço Federal de Processamento de Dados), empresa pública de prestação de serviços de Tecnologia da Informação, até agosto de 2020, quando foi para a secretaria do Ministério.
Andrade também foi membro do Conselho de Administração da Embrapa e da PPSA (Pré-Sal Petróleo S.A).