Por Rodrigo Daniel Silva
Presidente da Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA), Adolfo Menezes (PSD) se disse contra o terceiro mandato de Geraldo Júnior (MDB) como presidente da Câmara de Vereadores de Salvador. Antes de romper com o grupo político do ex-prefeito soteropolitano ACM Neto (União Brasil), o emedebista se articulou para conquistar o terceiro mandato. Depois disso, migrou para a base do governador Rui Costa (PT), e hoje é pré-candidato a vice-governador na chapa de Jerônimo Rodrigues (PT).
“Mesmo ele (Geraldo Júnior) sendo parceiro hoje, eu não concordo (com o terceiro mandato dele). Eu não sei pormenores. Mas não concordo. Se dependesse de mim, se eu tivesse poder, eu acabaria com todas as reeleições em todos os cargos: prefeito, governador, presidente da República. Daria mandato de cinco anos. Tem projetos na Câmara Federal. Infelizmente, com tantos outros projetos, não se vota”, disse Adolfo Menezes.
A ação do União Brasil contra o terceiro mandato de Geraldo Júnior como presidente da Câmara de Vereadores de Salvador completou dois meses agora em junho, sem qualquer definição. O partido, que tem como secretário-geral ACM Neto, pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) a anulação da eleição interna da CMS que garantiu mais um mandato ao emedebista. Na ação, os advogados argumentaram que a emenda 39 inserida na Lei Orgânica do Município de Salvador viola os “princípios republicano e do pluralismo político” ao permitir a recondução da Mesa Diretora da Câmara de Vereadores na mesma legislatura.
Ainda na entrevista, Adolfo Menezes justificou o motivo de ser contra a reeleição. Para ele, a eleição no Brasil deveria ocorrer a cada cinco anos, pois, hoje tem se gastado “bilhões” a cada dois anos.
“A população brasileira já está muito mais esclarecida, escolada. Antigamente, querendo ou não, as pessoas mais velhas, por não ter tido condições de estudar, não tinha opção de votar. Antigamente, tinha que ensinar a votar. Hoje todo mundo digita no celular com a maior rapidez. Tinha problema em votar para tantos nomes”, disse, ao emendar: “Terminar a eleição de governador, de deputado agora. E em março já começa a eleição municipal. Os deputados têm que estar próximos das suas cidades, já visando a próxima candidatura dos candidatos à reeleição. É uma loucura completa. Isso custa bilhões em um país que precisa de tanta coisa. É injustificável com tanta gente passando fome”.
Apesar de ser contra a reeleição, Adolfo Menezes não descarta a hipótese de tentar a recondução como presidente da AL-BA. Antes, terá que se reeleito deputado estadual na eleição deste ano. “Isso vai depender do grupo. Ninguém faz política sozinho. Temos uma eleição de governador, espero ser reeleito. O grupo entendendo irei para a reeleição. Tenho que trabalhar com o mandato que fui eleito. Mas vamos tratar disso na hora certa, lá depois de novembro”, disse ele.