Balões livres, não tripulados e que precisam de fogo para voar. No Brasil, a prática de soltar balões é proibida. Mas numa busca rápida pela internet é possível descobrir confrarias inteiras que exaltam a tradição
Segundo a Lei Ambiental Brasileira a prática pode ser punida com até três anos de prisão e uma multa mínima de R$ 10 mil por balão, que é aplicada individualmente para quem fabrica, vende, transporta ou solta balões.
Por isso, apesar de promoverem como cultura, as pessoas que mantém essa tradição perigosa não gostam de se expor. Um adepto da prática, que mora no interior de São Paulo, conversou com nossa reportagem, mas não quis gravar entrevista. Ele conta que a tradição envolve desde religiosidade a técnicas sofisticadas que passam de pai para filho.
A estimativa do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) é de 100 mil balões são soltos, a cada ano, no Brasil.
Os estados do Rio de Janeiro e São Paulo lideram a estatística, seguidos pelo Paraná.
O problema é que se caem em áreas urbanas, podem incendiar moradias. Nas áreas de matas, destruir florestas inteiras. E em todo o céu, provocar acidentes com aviões ou outras aeronaves.
A situação se agrava no período de festas juninas, quando cresce o número de balões nos céus ao mesmo tempo em que a vegetação está mais seca.
Fui em agosto do ano passado, por exemplo, que um balão provocou o incêndio que consumiu mais da metade do Parque do Juquery, na região metropolitana de São Paulo, um dos últimos remanescentes do cerrado na região.
A polícia ambiental chegou aos responsáveis e eles podem pagar caro, como contou o comandante do Pelotão Ambiental da Polícia Militar de São Paulo, o tenente Daniel Pires:
Só esse ano, entre janeiro e abril, 48 pessoas foram presas por soltar balões no estado de São Paulo. As multas chegaram a quase R$ 4milhões
Mas o tenente acredita que a cultura dos balões tem encontrado cada vez mais resistência.
Para quem avista balões soltos pelo céu, a recomendação é avisar a polícia pelo número 190.
Edição: Roberto Piza (Rádio Nacional) e Luiz Claudio (web)