Bolsonaro critica Barroso e diz que ministro do STF mente: “É uma vergonha”

Foto Divulgação/

Em cerimônia em defesa do deputado federal Daniel Silveira (PTB-RJ), o presidente Jair Bolsonaro subiu o tom nas críticas ao ministro Luís Roberto Barroso, do STF (Supremo Tribunal Federal), disse que os Poderes devem ser respeitados, que o decreto que perdoou o parlamentar é constitucional e será cumprido, além de voltar a criticar o processo eleitoral.

“Eu gostaria de dirigir ao excelentíssimo Ministro Barroso, pessoa que fala muito bem, tem currículo invejável, que aquele inquérito, aberto em novembro de 2018 [para investigar a segurança das urnas eletrônicas], tivesse o seu deslinde, queremos o parecer. Não poderia ter eleições em 2020 sem a conclusão do inquérito, que não era sigiloso. Mente o ministro Barroso quando diz que era sigiloso. Mente. É uma vergonha”, disse Bolsonaro, que é investigado pela suspeita de ter vazado documentos do inquérito.

Bolsonaro afirmou que Barroso foi irresponsável e que não teve atitudes de um democrata. “E quando se fala em interferência o que ele foi fazer na Câmara? Encontrando-se com líderes, trocaram integrantes da comissão para que o projeto [do voto impresso] fosse derrotado. Isso é interferência. Agora não pode falar nada sobre eles. Eles estão comandando o Brasil. Não são todos do STF, obviamente, mas tem alguns mandando e desmandando”, disse o presidente.

Depois, o chefe do Executivo voltou a falar que as Forças Armadas foram convocadas pelo Tribunal Superior Eleitoral para participar do processo eleitoral e destacou uma das sugestões feitas pelo Ministério da Defesa.

“Não se fala em voto impresso [nas sugestões]. Não precisamos de voto impresso para garantir a lisura das eleições”, disse. Bolsonaro explicou que existe uma sala secreta, com funcionários do TSE, que trabalham na contagem de votos. “Uma das sugestões é que seja feita uma ramificação, um pouco à direita, para que tenhamos um computador das Forças Armadas para contar os votos”, completou.

Bolsonaro voltou a afirmar que tem jogado dentro das quatro linhas da Constituição Federal e, para aqueles que não estão, é obrigação trazê-los. Na sequência, também voltou a dizer que ‘poucos podem muito, mas nenhum pode tudo’. “Os Poderes existem para serem respeitados. Não é para mostrar que um é mais forte que o outro.”

Na cerimônia, Bolsonaro defendeu Silveira, seu aliado político. De acordo com ele, o decreto é constitucional e será cumprido. “No passado, anistia bandidos e agora anistia inocentes. Se coloque no lugar do deputado Daniel, mesmo levando-se em conta as palavras que ele proferiu, é liberdade de expressão. E quem por ventura se ver prejudicado, se sentir ameaçado, entra na justiça. E pelo que eu sei, a punição jamais será prisão. Nove anos de cadeia, perda de mandato, inelegibilidade, multa. Que país é esse? Ao final da sessão [do STF], aplausos, como se fosse conquista”, afirmou.

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