7Os franceses reelegeram Emmanuel Macron (A Repúbica em Marcha!) para um novo mandato neste domingo (24.abr.2022), segundo estimativas da Ipsos-Sopra Steria. Os números mostram que o político de centro superou a candidata da direita, Marine Le Pen (Agrupamento Nacional) no resultado do 2º turno e governará a França até 2027.
Macron obteve 58,55% dos votos, tornando-se o primeiro líder francês a ser reeleito em 20 anos. Ele e Le Pen avançaram para o segundo turno depois de terminarem em primeiro e segundo lugar, respectivamente, entre 12 candidatos que concorreram no primeiro turno em 10 de abril.
Embora a disputa tenha sido uma revanche do segundo turno presidencial francês de 2017, grande parte da Europa assistiu à eleição com desconforto. A presidência de Le Pen teria mudado fundamentalmente o
relacionamento da França com a União Europeia e o Ocidente, em um momento em que o bloco e seus aliados confiam em Paris para assumir um papel de liderança no enfrentamento de alguns dos maiores desafios do mundo –principalmente a guerra na Ucrânia.
E apesar do discurso de Macron para os eleitores de uma França globalizada e economicamente liberal à frente de uma União Europeia musculosa tenha vencido a visão de Le Pen de uma mudança radical para dentro, os 41,45% dos eleitores que votaram nela colocaram a extrema-direita francesa mais perto do presidência do que nunca.
O desempenho de Le Pen é a mais recente indicação de que o público francês está recorrendo a políticos extremistas para expressar sua insatisfação com o status quo. No primeiro turno, os candidatos de extrema-esquerda e de extrema-direita representaram mais de 57% dos votos.
Muitos dos insatisfeitos com os dois últimos candidatos ficaram em casa. A taxa de abstenção de eleitores para o segundo turno foi de 28%, a mais alta para um segundo turno desde 2002, segundo o Ministério do Interior francês.
Os apoiadores de Macron, reunidos no Champs de Mars, à sombra da Torre Eiffel, no centro de Paris, explodiram em aplausos maciços quando a notícia foi anunciada. A celebração foi significativamente mais discreta do que após a vitória de Macron em 2017, embora ele tenha caminhado mais uma vez para fazer seu discurso ao hino europeu, comumente chamado de “Ode à Alegria”.