O ministro da Casa Civil e um dos líderes do centrão, Ciro Nogueira, negou as suspeitas de suborno envolvendo o governo Jair Bolsonaro e qualificou como “corrupção virtual” as denúncias de que pastores indicados pelo presidente tenham intermediado a liberação de verbas do Ministério da Educação (MEC) em troca de propinas.
“Não houve corrupção. É uma corrupção virtual. Existem as narrativas, mas o que foi desviado lá? Não foi pago nada. É igual à questão das vacinas, é uma corrupção virtual, que não existiu”, disse Nogueira ao jornal Folha de S. Paulo
Na entrevista, Nogueira também defendeu as chamadas emendas de relator, que fazem parte do orçamento secreto do governo Bolsonaro para cooptar parlamentares no Congresso. Você já viu um governo, desde que o mundo é mundo, não fazer isso? Você acha que no governo do PT o pessoal do PSDB fazia as indicações?”, disse o aliado de Bolsonaro.
Nesta semana, a Polícia Federal concluiu que o ministro recebeu propinas do grupo J&F e, por isso, cometeu os crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. O relatório final sobre o caso foi enviado nesta sexta-feira ao Supremo Tribunal Federal (STF).
Ele também disse acreditar que Bolsonaro será reeleito no pleito presidencial de outubro e atacou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que lidera todas as pesquisas de intenção de voto. “O maior cabo eleitoral de Bolsonaro é o Lula. O Bolsonaro de hoje é muito melhor do que o Bolsonaro de 2018. O Lula é o contrário. O Lula de hoje é muito pior do que o Lula de 2002. Tenho certeza que as pessoas não vão querer isso’, avaliou.