O filho do presidente Jair Bolsonaro, Jair Renan, foi ouvido pela Polícia Federal neste quinta-feira (7), em Brasília. A oitiva durou mais de cinco horas e faz parte de investigação sobre o suposto favorecimento de empresários junto ao governo federal.
Jair Renan chegou a pé, acompanhado do advogado da família Bolsonaro, Frederick Wassef. O defensor afirmou que o cliente é vítima de “fake news”, propagada por pessoas que querem prejudicar o Executivo.
“A Polícia Federal já apurou que todas as acusações são falsas. Ele afirmou que abre mão do seu sigilo. Ele abre mão do seu sigilo fiscal e bancário. Não tem que se falar em tráfico de influência ou lavagem de dinheiro”, disse Wassef.
O advogado acusou parlamentares de esquerda de usarem as acusações para atacar o governo. “São parlamentares de esquerda que estão atacando o governo. Está na hora de respeitar os quase 60 milhões de votos que o presidente teve”, completou.
Wassef disse que Jair Renan viajou ao Espírito Santo, estado onde fica a sede de uma das empresas que o filho do presidente teria favorecido. Mas o advogado alega que a viagem ocorreu a convite de um amigo, em meio a trabalhos de influenciador digital de Renan. “Ele tem meio milhão de seguidores nas redes sociais. Ele faz trabalhos e as pessoas querem se aproximar dele para fazer campanhas”, alegou o advogado. Jair Renan ficou calado, ao lado de Wassef, e não respondeu às perguntas da imprensa.
As investigações conduzidas pela PF estão estão em fase final, e o inquérito aponta que Renan teria utilizado a empresa Bolsonaro Jr Eventos e Mídia, para aproximar a mineradora Gramazini Granitos e a Mármores Thomazini de Rogério Marinho, ministro do Desenvolvimento Regional.
Em troca da articulação, Jair Renan teria recebido um carro elétrico, avaliado em R$ 90 mil. Um mês após ele receber o veículo, os empresários que fizeram o repasse do automóvel se reuniram com Rogério Marinho. O encontro teria sido agendado por um assessor da Presidência.