Os rodoviários fazem na manhã desta terça-feira (16) uma assembleia, atrasando a saída de ônibus em algumas garagens de Salvador. “Não serão todas as garagens”, afirma o vice-presidente do Sindicato dos Rodoviários, Fábio Primo, sem definir quantas – a capital tem entre 10 e 12. Nas garagens onde vão acontecer assembleias os ônibus só começarão sair a partir das 8h.
O objetivo da assembleia é informar aos trabalhadores a posição dos empresários e convocar para assembleia decisiva, na quinta-feira (18), que vai decidir se haverá greve. Os rodoviários estão em estado de greve desde a semana passada. Houve uma reunião hoje à tarde com a Secretaria de Mobilidade (Semob).
De acordo com Primo, os rodoviários estão “fazendo tudo” para evitar uma paralisação. “Se essa greve acontecer, será inteiramente culpa dos empresários”.
Amanhã acontece ainda uma reunião de conciliação com o Sindicato dos Empresários (Setps) e o Ministério do Trabalho, na avenida Tancredo Neves. A intenção é ajudar as partes a chegarem a um acordo e evitar a paralisação.
“Nossa luta é pela manutenção dos empregos dos cobradores que os empresários querem cortar. A proposta deles é também não pagar mais hora-extra e criar o banco de horas. A categoria não aceita”, diz o presidente Hélio Ferreira, falando de um possível corte de cobradores em algumas linhas nos finais de semana.
Os rodoviários reivindicam 5% de aumento real, tíquete refeição de R$ 20, fim da dupla função de motorista – quando ele dirige e cobra passagem – e manutenção do cargo de cobrador em todas as linhas e horários.
O prefeito ACM Neto afirmou que a prefeitura está acompanhando “com atenção” o assunto e pede bom senso dos dois lados. “Estamos acompanhando com atenção, sempre é assim. A gente não tem uma ingerência direta sobre esse assunto, é um assunto que é tratado pelo sindicato dos empresários com o dos trabalhadores, mas nós acompanhamos com atenção para evitar, se possível, a partir de intervenção nossa, que exista paralisação. É preciso haver bom senso, de lado a lado. Sempre me coloquei muito ao lado dos rodoviários, então fico à vontade para tratar do assunto. Tanto os empresários devem ter sensibilidade para garantir o direito dos rodoviários, como os rodoviários devem entender que o país vive uma crise, que é preciso antes de tudo, nesse momento, procurar preservar o emprego. O sistema de transporte está passando por um momento difícil, num debate muito mais amplo. Não dá para desconsiderar a realidade do momento. A gente pede bom senso e equilíbrio”, diz. “O ideal é que a gente tenha condições de evitar uma greve que seria ruim para a cidade”.