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As irmãs gêmeas Sarah e Samyra Aramuni receberam, nesta terça-feira (22), uma notícia que é resultado de muita dedicação aos estudos: foram aprovadas, respectivamente, em 2º e 3º lugar, em Medicina na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). As estudantes do Centro Territorial Estadual de Educação Profissional (Cetep) do Extremo Sul tinham uma rotina intensa, que chegava a dez horas diárias. Cada uma com seu estilo e planejamento, as futuras médicas querem iniciar o curso em busca de uma formação humanizada, com o objetivo de ajudar o próximo
Nascidas em Nanuque, interior de Minas Gerais, com menos de um ano, as irmãs vieram com a família para a Bahia morar em Teixeira de Freitas. No município, criaram laços e logo se identificaram com o solo baiano. Ainda crianças, Sarah e Samyra já começavam a sonhar com o curso. “Desde muito pequenas, já falávamos que queríamos ser médicas, mas ainda era algo muito infantil. No Ensino Médio, começamos a ler sobre a grade curricular e assistíamos a vídeos de pessoas que cursaram. Decidimos, então, que era isso mesmo que queríamos. Cada uma de nós confirmou a ideia de forma individual, mas existia um desejo de ambas. Hoje, sinto uma mistura de medo, alegria, ansiedade e surpresa. Nunca achei que passaríamos em uma faculdade tão concorrida. Estamos vivendo um momento excepcional”, conta Sarah Aramuni.
A vontade de contribuir com a sociedade foi determinante para Samyra. “Fazer Medicina foi uma decisão que veio com a necessidade de cuidar de outras pessoas e poder ajudar, porque me incomoda o sentimento de impotência ao ver uma situação e não saber como proceder. Ser médica vai contribuir para que eu possa mudar não só a minha vida, mas as de outras pessoas. Por enquanto, a ficha ainda não caiu, porque não estava esperando esse resultado. Mas sei que eu e minha irmã vamos atuar no sentido de ter um olhar mais sensível aos problemas dos outros e vamos analisar de qual forma poderemos ajudar”.
Mais aprovados
O desejo de transformação também moveu os sonhos de Cássia Kelly da Silva Andrade. Após tentar por três anos, a jovem de 20 anos não pensou em desistir e passou em 4º lugar em Medicina, na Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc). “Quando fiz o Ensino Médio no Colégio Estadual de Ubatã, tive contato com os assuntos de anatomia e fisiologia humana em Biologia. Rapidamente, me interessei pelo estudo do corpo humano e tive vontade de ajudar o próximo e salvar vidas. Quero ser uma médica que não apenas para tratar uma doença, mas para cuidar do paciente com o respeito e a atenção que ele merece. Além da minha realização pessoal, quero incentivar outros alunos a não desistirem dos seus sonhos”.
Em Feira de Santana, a emoção de ser aprovado no curso de Medicina também permeia a família de Pedro Henrique, 18, que concluiu o Ensino Médio no Colégio Professora Tecla Mello. O estudante foi aprovado em 3º lugar na Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs), por meio das cotas para negros e estudantes de escola pública. “Estou muito feliz, foram muitas horas de estudos. Ano passado, não consegui passar. Mas intensifiquei a rotina e consegui. Como jovem negro, muitas oportunidades são negadas, mas, mesmo assim, temos que nos esforçar para correr atrás dos sonhos e, nesse processo, as cotas de reparação racial são importantes para que possamos realizar nossos sonhos”.
Fonte: Ascom/SEC