A aplicação da quarta dose de vacina contra covid-19 não é consenso entre autoridades estaduais, federais e especialistas.
De acordo com o presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações, Juarez Cunha, ainda são poucos os dados que mostram essa necessidade. Apesar de considerar importante a discussão do tema e a análise dos dados, decisões descentralizadas podem ser preocupantes.
O foco deve ser convencer as pessoas a completar a vacinação com as duas doses e o reforço, segundo Juarez Cunha. A alta transmissibilidade da variante ômicron justifica o esquema vacinal completo.
A Sociedade Brasileira de Infectologia afirmou em nota que diversos trabalhos científicos publicados demonstram que contra a ômicron é necessário o esquema com três doses para melhor proteção dos indivíduos.
O Conselho Nacional de Secretários de Saúde afirmou que a 4ª dose para idosos está em pauta na Câmara Técnica de Assessoramento em Imunização da Covid-19, mas que devem ser encaradas de forma prioritária as medidas para que a população complete o esquema vacinal.
Mesmo assim, o Mato Grosso do Sul já começou a aplicar a quarta dose em pessoas com 60 anos ou mais e profissionais da saúde. São Paulo informou que vai oferecer esse segundo reforço aos idosos a partir de abril.
O Ministério da Saúde, por outro lado, não recomenda a quarta dose para todos públicos. Em nota, o órgão afirmou que faltam dados mais robustos sobre a efetividade dessa dose. No momento, a aplicação é indicada apenas para pessoas imunossuprimidas a partir de 12 anos de idade.
Edição: Paula de Castro Ribeiro / Guilherme Strozi