Imagine que situação! O Almirante Barra Torres, foi colocado na Anvisa pelo presidente da República para presidir esta importante órgão de saúde. Ele, ao contrário do presidente, nunca agiu, por impulsos, ou mesmo negacionisno, mas ouvindo as várias vozes da ciência. Na época da sua nomeação, o almirante, médico era de fato, amigo de Bolsonaro.
A CRISE
Depois de ouvir vários órgãos ligados à área de saúde, sobre a vacinação de criança, a partir dos 5 aos 11 anos de idade, o presidente da Anvisa, conciente diante dos relatórios, pesquisas sobre o assunto, fez o óbvio. Liberou a vacinação.
Bolsonaro viu nisto, como algo estranho. E fez acusações ao presidente da Avisa. Em suas declarações sobre Barra Torres, Bolsonaro insinuou que membros da Anvisa, chefiados pelo almirante, teriam interesses econômicos pela aprovação da vacina para crianças, mas não apresentou provas.
Barra Torres exigiu retratação do presidente. E subiu o tom.
As declarações do presidente contra a decisão da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) de liberar a vacinação de crianças de 5 a 11 anos de idade contra a covid-19 incentivaram grupos antivacina e resultaram no aumento de ameaças aos funcionários da agência, segundo Antonio Barra Torres.
Para o chefe da Anvisa, as falas de Bolsonaro contribuíram para que cerca de 170 ameaças fossem feitas aos servidores da da aquele órgão . “São pessoas que veiculam ameaças, tanto de morte quanto de perseguições, humilhações, violências, agressões com foco em servidores, diretores, terceirizados, empregados, familiares, qualquer pessoa que se relacione com a Anvisa. Bem como as instalações prediais. É nitidamente o perfil do antivacina”, disse.
Ex-amigo pessoal de Bolsonaro, o diretor-presidente da Anvisa afirmou que se afastou do presidente depois das declarações e disse que, apesar dos pedidos de proteção para os funcionários da agência, nenhuma medida concreta foi tomada, o que tem criado uma “sensação de desamparo” em quem está sendo ameaçado.
Barra Torres também criticou a decisão do governo federal de abrir uma consulta pública sobre a vacinação de crianças. “É uma medida que não guarda precedentes na história recente, não guarda precedentes no enfrentamento da pandemia e que está levando, inexoravelmente, a um gasto de tempo, tendo em vista que a nossa análise já foi concluída”, disse.
Bem, um absurdo tudo isto acontecendo num momento em que o número de pessoas infectadas no país e no mundo, vem aumentando consideravelmente.
Barra Torres demonstrou ser um cidadão em defesa da vida, e que honrou sua missão de homem ligado a medicina. Mostrou coragem e respeito aos seus colegas da Avisa. E responsabilidade com a missão que lhe foi confiada.
Lamentável estes pocionamentos do presidente da República. Onde vamos parar? Não sabemos. Mas que outros “Barras Torres”, dêm seus gritos de Basta….
Dr. Randerson Leal
Primeiro suplente da Câmara de Vereadores de Salvador.