Uma nova cepa da covid-19 foi identificada por pesquisadores franceses. A variante, denominada B.1.640.2 ou “IHU”, possui 46 mutações e 37 deleções genéticas (alterações cromossômicas), sendo nove na proteína “spike”, que se prende às células humanas. Já há registro de 12 casos na França.
Apesar da variante ter mais mutações do que a ômicron, cientistas consideram que a cepa não deve prevalecer sobre ela ou sobre a delta. No entanto, a variante ainda deve ser avaliada pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
“Devemos observá-la, como fazemos com outras variantes, mas não há razão para nos preocuparmos particularmente com essa”, disse Richard Neher, especialista em variantes de vírus da Universidade de Basel, na Suíça, à agência de notícias alemã dpa, nesta terça-feira, 4.
Pelo Twitter, o epidemiologista americano Eric Feigl-Ding manifestou opinião semelhante: “Ainda não estou muito preocupado com B.1.640.2. Duvido que ela prevalecerá sobre a ômicron ou a delta.”
O primeiro caso na França foi possivelmente o de um paciente que havia voltado de uma viagem a Camarões, o que não significa, porém, que a variante seja originária da África Central, mas pode estar ligada a falta de vacinação, já que apenas 2,4% dos camaroneses estão vacinados.
O estudo sobre o surgimento da cepa ainda não foi revisado por outros cientistas ou publicado numa revista científica. O nome, “IHU”, é uma homenagem ao Instituto Hospitalar Universitário de Marselha, responsável pelos primeiros alertas, em dezembro.
A OMS classifica as variantes do coronavírus em três categorias: de interesse, de preocupação e sob monitoramento. A IHU está na categoria 3, assim como a ômicron. Ao todo, 17 variantes que a OMS observou desde o início da pandemia entraram para a categoria de curta duração ou menos ameaçadoras, não estando mais sob observação especial.