A brutalidade empenhada no assassinato da jornalista Juliana de Freitas Alves, 41 anos, direciona a polícia de Porto Seguro, no sul da Bahia, para mais um caso de feminicídio. Autor confesso dos disparos, o engenheiro Reges Amauri Krucinski, 43, matou a esposa na frente de duas crianças, na sexta-feira (31), horas antes do Réveillon. Eele foi preso em flagranete momentos depois. Delegado plantonista na noite do crime, Marcelo Mota relata que Reges concentrou os tiros na cabeça da vítima.
“Estava meio atordoado [quando foi encontrado em uma rua próxima à casa, localizada no Xurupita Residencial Clube], mas tudo indica que seja um caso passional, a considerar a quantidade de tiros [cinco]. Em um momento, ele falou em ciúmes”, diz Marcelo, ao confirmar que havia no local um bebê, filho do casal, e a filha de Juliana, de 10 anos.
Outras pessoas também presenciaram a discussão seguida de morte, informa o delegado ao Metro1. “Umas quatro. Entre elas, uma babá, que infelizmente não pudemos ouvir no dia porque as crianças estavam em estado de choque. Ela ficou de comparecer na delegacia ainda hoje [segunda-feira, 3]”.
Policiais encontraram na residência uma pistola calibre 380, um revólver 357, uma espingarda calibre 12 e munições. Reges justificou que é praticante de tiro esportivo. Não há a confirmação, no entanto, sobre a legalidade das armas e se o engenheiro tem porte.
Marcelo explica que, como as circunstâncias apontam para um feminicídio, a investigação do caso passa a ser conduzida pela Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam) da cidade. Ainda assim, o delegado chegou a ouvir um familiar da vítima no domingo (2).
Natural de São Paulo, o casal estava casado há dois anos e, há menos de dois meses, chegou a Porto Seguro para morar. “Segundo esse parente, eles se davam bem, mas ela não estava feliz com a mudança. Isso teria motivado a discussão que antecedeu o fato”, relata. À polícia, a família da jornalista informou que o corpo seria sepultado em São Paulo. Não há informações de que o translado foi feito nem sobre o sepultamento de Juliana.
Marcelo Mota acrescenta que o prazo para a conclusão do inquérito é de um mês mas, neste caso, com o suspeito detido, o tempo é reduzido a dez dias. Até lá, Regis continua preso na Delegacia Territorial de Porto Seguro.