Logo após afirmar que não interfere na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o presidente Jair Bolsonaro (PL) disse, em transmissão ao vivo nas redes sociais, que pediu o nome dos analistas que aprovaram a aplicação da vacina da Pfizer contra a covid-19 em crianças.
“A Anvisa não está subordinada a mim, deixar bem claro isso. Não interfiro lá. Eu pedi o nome das pessoas que aprovaram a vacinação de crianças de 5 a 11 anos, para que todo mundo tome conhecimento de quem são essas pessoas e formem o seu juízo. […] Você tem o direito de saber o nome das pessoas que aprovaram a vacinação a partir de 5 anos”, disse.
O presidente, que tem um filha de 11 anos, afirmou que ainda vai analisar a nova orientação da agência e ver “qual decisão tomar”. A liberação foi publicada ainda nesta quinta-feira (16) em edição extra do Diário Oficial da União (DOU).
Autorização e aplicação
Mesmo com a autorização, ainda não há previsão de quando se iniciará a imunização, já que a dosagem para esse público será um terço menor do que utilizada em adolescentes e adultos e o Brasil ainda não tem essas doses ajustadas. Para o grupo, serão administradas duas doses, com intervalo de 21 dias.
“A redução na dosagem para a faixa de 5 a 11 anos se respaldou nos estudos de Fase 1 e 2, que mostraram que essa dosagem (10 microgramas) foi o suficiente para gerar altos títulos de anticorpos com perfil de segurança bastante favorável para a população pediátrica”, informou a Pfizer no pedido de ampliação de faixa em novembro.
Segundo a farmacêutica, o terceiro contrato assinado pelo governo brasileiro para o fornecimento de mais 100 milhões de doses do imunizante, abre espaço para a chegada da chamada dose pediátrica.
Ainda de acordo com a Pfizer, o acordo “inclui a possibilidade de fornecimento de versões modificadas do imunizante para variantes (como a Ômicron), que poderão ser eventualmente desenvolvidas caso necessário, e versões para diferentes faixas etárias”. O fornecimento depende do que for solicitado pelo Ministério da Saúde.
Além do Brasil, outros dez países já iniciaram ou vão iniciar a vacinação de crianças com a Pfizer. Em outubro, a farmacêutica informou que o imunizante é segura para a faixa e tem mais de 90% de eficácia.
O estudo realizado pela Anvisa levou no total 35 dias e acompanhou 2.268 crianças de 5 a 11 anos que receberam as duas doses da vacina ou placebo. Segundo os especialistas, 16 crianças que receberam o placebo se infectaram, contra as três que receberam o imunizante.