Um piloto de avião – que não quis revelar sua identidade – relatou ao jornal O Globo as últimas comunicações que partiram do bimotor que levava Marília Mendonça para Piedade de Caratinga (MG) no dia 5 de novembro. Próximo ao aeródromo da cidade, a aeronave caiu em uma região de cachoeira, matando a cantora e mais 4 ocupantes.
A testemunha voava pela região no mesmo horário e também com destino ao aeródromo. Como a frequência de comunicação é aberta, ele conseguiu ouvir as mensagens do piloto Geraldo Martins de Medeiros Júnior – morto no acidente. De acordo com ele, a comunicação dava a impressão de normalidade no voo.
O único detalhe que chamou atenção foi o aviso de procedimento de pouso feito por duas vezes, o que tampouco é algo incomum. “Isso não configura uma anormalidade, pois os pilotos podem prolongar um pouco o tempo do pouso”, explicou para o jornal.
A testemunha, que já fez seu depoimento para as autoridades que investigam o acidente, também revelou que a altitude informada pelo piloto do bimotor era “compatível para o local”.
A última comunicação do bimotor de Marília Mendonça foi feito a cerca de dois minutos do aeródromo, de acordo com a testemunha, indicando novamente o procedimento de pouso e sem relatar qualquer problema.
O piloto que acompanhou a conversa pousou normalmente no aeródromo, sem saber da tragédia que havia ocorrido na região. “Eu achei que ele [o piloto do avião de Marília] tinha pousado normalmente. Em solo, perguntei para a equipe sobre o outro avião, e eles disseram não ter havido outro pouso. Cinco minutos depois, meu celular começou a tocar. Eram amigos perguntando se eu estava bem. Foi assim que eu soube da queda”.