Badejo não é único ‘vilão’ para Doença de Haff no estado, diz Sociedade Baiana de Nefrologia

Com os surtos da Doença de Haff na Bahia desde 2016, diversas informações foram produzidas sobre as possíveis causas e formas de prevenção da enfermidade, também conhecida como “doença da urina preta”. A nefrologista Ana Flávia Moura, diretora científica da Sociedade Baiana de Nefrologia, no entanto, alerta que ainda não há comprovação científica sobre as causas ou sobre o tipo de pescado a ser evitado.

“Não se sabe exatamente a patologia da doença, se imagina que existe uma toxina que é encontrada nesses peixes e que causa os sintomas nos quadros da doença. Mas não se sabe se essa toxina já existe nos pescados ou se é restrito há alguns ambientes, por exemplo”, explica a médica.

De janeiro a setembro deste ano, foram registrados 18 casos suspeitos na Bahia, sendo 13 confirmados até o momento pela Secretaria Estadual de Saúde (Sesab). No estado, a doença ficou ligada ao consumo do Badejo (Mycteroperca), mas a nefrologista afirma que a recomendação é ter cuidado com qualquer pescado ou frutos do mar.

“Está existindo muitos boatos quanto a isso, muitas notícias veiculadas que não têm comprovação de fato. Citam alguns tipos de pescado que dizem que é comum ou que foram identificados nos casos. Mas a recomendação é que tenham cuidado com qualquer pescado, camarão, lagostini. Não é sempre com robalo, não é sempre com o mesmo tipo. Outros locais tiveram relato de outros tipos também”, afirma Ana Flávia Moura.

A nefrologista alerta ainda sobre a alcunha de “doença da urina preta”. “A doença está ganhando repercussão como doença da urina escura, mas nem sempre ela escurece a urina. Uma dor no corpo, com acometimento muscular, é o principal sintoma”, informa. De acordo com Ana Flávia, o paciente que contrai a doença também pode evoluir rapidamente para um quadro de insuficiência renal.

Foto: Divulgação

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