O ministro da Economia, Paulo Guedes, e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, têm empresas em paraísos fiscais. A denúncia foi feita pelo do Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ). De acordo com a publicação, eles mantiveram os empreendimentos após terem entrado para o governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Segundo o artigo 5º do Código de Conduta da Alta Administração Federal, instituído em 2000, é proibido que funcionários do alto escalão de manter aplicações financeiras, no Brasil ou no exterior, passíveis de ser afetadas por políticas governamentais.
A proibição não se refere a toda e qualquer política oficial, mas apenas àquelas sobre as quais “a autoridade pública tenha informações privilegiadas, em razão do cargo ou função”. Na reportagem, Guedes aparece como acionista da empresa Dreadnoughts International Group, registrada nas Ilhas Virgens Britânicas.
Os documentos apontam que o ministro possuía em 2014 pelo menos US$ 8 milhões investidos na companhia, registrada em seu nome e nos de sua mulher, Maria Cristina Bolívar Drumond Guedes, e filha, Paula Drumond Guedes.
Ainda segundo a série de reportagens, esse número subiu para 9,5 milhões no ano seguinte, de acordo com os documentos obtidos pela ICIJ em parceria com a revista Piauí.