Nove em cada dez brasileiros já tomaram vacina contra covid-19 ou pretendem se imunizar. É isso o que mostra um estudo com 173 mil pessoas, conduzido pelo Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira, da Fundação Oswaldo Cruz. A pesquisa foi feita em todos os estados e no Distrito Federal, no começo da campanha de vacinação, de 22 a 29 de janeiro deste ano, e publicada pela conceituada revista médica internacional Vaccine.
O que mais preocupa os pesquisadores são os 10% da população considerados “hesitantes” em relação à imunização. São pessoas que, no começo da campanha, estavam em dúvida ou já tinham decidido não se vacinar.
A coordenadora do estudo, Daniella Moore, destacou algumas características desse público. Segundo ela, as pessoas têm medo das reações adversas, e por isso, é importante campanhas de esclarecimento para mostrar que estas reações são normais.
Os 10,5% dos entrevistados considerados hesitantes em relação à vacina são compostos da seguinte forma: 6,7% até tomariam a vacina, dependendo da marca; 2,5% não queriam ser vacinados de jeito nenhum; e 1,3% estava em dúvida.
Ainda de acordo com a pesquisadora, a maioria das pessoas consideradas hesitantes têm baixa renda e baixa escolaridade. Daniella Moore sugeriu a promoção de uma ampla campanha de informação e conscientização.
Para a coordenadora do estudo, essa estratégia é importante para que a vacinação alcance o maior público possível e garanta a imunidade coletiva.
A pesquisa da Fiocruz indicou, ainda, que as vacinas com maior confiança entre os brasileiros que estavam disponíveis na época foram, em primeiro lugar, a AstraZeneca, em segundo, CoronaVac, em seguida, Pfizer, Moderna, Sputnik, e, por último, a Covaxin.
Edição: Raquel Mariano / Guilherme Strozi