Em setembro, o endividamento das famílias atingiu 72,2% das famílias. São atualmente 672 mil com algum tipo de dívida, 51,6 mil a mais em relação ao mesmo período do ano passado. O mês registrou a quinta alta seguida na Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), elaborada pela Federação do Comércio (Fecomércio-BA) e Confederação Nacional do Comércio. A inadimplência avançou de 30,2%, em agosto, para os atuais 30,6%.
“Desde o início do ciclo de alta da inadimplência, abril deste ano (23,2%), houve um aumento de 88 mil famílias com contas em atraso em apenas 5 meses”, ressalta o consultor econômico da Fecomércio-BA, Guilherme Dietze. As famílias que já dizem que não conseguirão pagar a dívida em atraso correspondem a 8,6%, igual ao visto no mês anterior e abaixo dos 13,1% de setembro de 2020.
O aumento do endividamento está sendo puxado pelo cartão de crédito e também pelos carnês. O primeiro está entre 92,2% dos endividados, um pouco mais alto do que agosto (91,8%) e setembro de 2020 (90,5%). Para a Federação do Comércio, o aumento da inflação leva a um maior uso do cartão de crédito e ao endividamento. “Quando a economia está mais favorável, as famílias pagam mais – relativamente – no débito e no dinheiro”, explica o economista.
O impacto do endividamento pressiona, sobretudo, as famílias de renda mais baixa. A taxa de famílias com renda inferior a 10 salários-mínimos e que possuem algum tipo de dívida está em 75,2%, já entre os que recebem mais de 10 salários-mínimos há 41,2% de endividados. “Porém, vale um destaque. Enquanto o percentual de inadimplentes permaneceu igual em relação ao ano passado para a faixa de renda inferior a 10 SM, mais que dobrou para as famílias de renda mais elevada, de 5,9% para os atuais 12,9%. Portanto, a situação econômica está desafiadora para todas as famílias”, completa Dietze.
Foto: divulgação Fecomércio-BA