(Foto: Divulgação / SSP-BA)
Três policiais foram citados durante investigações que apuram o sequestro e a possível morte de um empresário da cidade de Pojuca, Região Metropolitana de Salvador (RMS). Marcos Trinchão, conhecido empresário do município, está desaparecido há sete meses desde que foi obrigado por homens encapuzados a entrar em um carro. Os criminosos anunciaram o sequestro horas depois aos familiares da vítima e pediram R$1 milhão para libertá-la
De acordo com a sentença proferida pela Vara Criminal, um dos responsáveis pelo sequestro do comerciante é Cícero dos Santos. Em depoimento, ele confessou que cometeu o crime a mando de um soldado da 32ª Companhia Independente de Polícia Militar (CIPM/Pojuca). O PM teria dado todas as orientações de como chegar à vítima por meio de ligação telefônica realizada no Batalhão de Choque da PM, em Lauro de Freitas, onde estava detido por um outro crime.
Negociações
Vinte minutos depois de sequestrar a vítima, os homens entraram em contato com a família. Queriam R$ 1 milhão para libertar o empresário com vida. Também pediram para que a polícia não participasse das negociações.
Sem ter como pagar o valor integral do resgate, os familiares entraram em desespero. Por volta das 4h da manhã do dia seguinte, conseguiram reunir R$ 35 mil — valor que foi aceito pelos sequestradores.
Os homens exigiram que o dinheiro fosse levado por uma única pessoa: o dono do bar onde o empresário bebia antes de ser rendido. O local era uma estrada nas proximidades do entroncamento da cidade vizinha de Catu, distante 14 km de Pojuca.
O acordo foi refeito horas depois, mas, dessa vez, os criminosos pediram para que o cunhado do empresário levasse o valor até uma outra estrada, na saída de Pojuca. O pacote foi deixado no local indicado por eles, mas a quantia não chegava perto do exigido pela vida de Trinchão.
A família recebeu um vídeo do empresário vivo e com um ferimento na mão. Uma forma de pressioná-la a conseguir mais dinheiro, agora, R$ 200 mil. Os parentes tentaram argumentar que a vítima possuía bens em imóveis, e que só ele tinha acesso à conta bancária. O contato com os familiares foi encerrado dois dias depois. Não há nenhuma informação sobre o paradeiro de Marcos.