A investigação do Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) contra o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), por suspeita de contratação de funcionários fantasmas, avança mais uma etapa. O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro autorizou a quebra de sigilos bancário e fiscal do parlamentar.
A decisão atende ao pedido do MP-RJ, que acredita que Carlos manteve um esquema de rachadinha no gabinete na Câmara Municipal do Rio, mesma prática criminosa pela qual o irmão, senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ) é investigado. Outras 26 pessoas e sete empresas também tiveram os sigilos quebrados, inclusive a ex-mulher do presidente da República, a advogada Ana Cristina Siqueira Valle.
O Ministério Público abriu dois procedimentos após as jornalistas Juliana Castro e Juliana Dal Piva revelarem, na revista Época de junho de 2019, que Carlos empregou sete familiares de Ana Cristina Siqueira Vale. Destes, dois confessaram que nunca foram ao gabinete e nem prestaram serviço ao vereador.
A cunhada de Ana Cristina é um dos principais alvos da investigação. Marta Valle é moradora de Juiz de Fora, em Minas Gerais, mas, por sete anos, foi registrada como funcionária de Carlos, com salário de R$ 9,6 mil mensais. Ela afirma que nunca trabalhou no local, só a família do marido.
Ainda na família Valle, o mineiro Gilmar Marques, ex-companheiro da fisiculturista Andrea Valle, também era um dos fantasmas. Andrea, aliás, é envolvida no esquema de rachadinhas de Flávio Bolsonaro. Em julho, a jornalista Juliana Dal Piva revelou gravações em que Andrea admitia a devolução de 90% do salário recebido pelo senador enquanto ainda era deputado estadual do Rio de Janeiro.