Uma megaoperação policial deflagrada na manhã desta terça-feira (30) revelou um vasto esquema de fraude envolvendo a transferência ilegal de veículos na Bahia. A ação, coordenada pelo Ministério Público do Estado (MP-BA) em conjunto com a Polícia Civil, teve como alvos servidores públicos, despachantes e empresários do setor automotivo. Organização criminosa envolvida em fraudes veiculares de larga escala, que atuava em Salvador, na Região Metropolitana (RMS) e no interior do estado.
As investigações apontam que o grupo operava com falsificação de documentos e corrupção ativa para burlar os sistemas oficiais de registro e transferência de automóveis. Segundo o MP-BA, a quadrilha atuava principalmente em unidades do Detran em Salvador e em outras cidades do interior, facilitando a regularização de veículos com pendências legais ou de origem suspeita.
Mais de 20 mandados de busca e apreensão foram cumpridos em imóveis residenciais, comércios e repartições públicas. Computadores, celulares, documentos e valores em dinheiro foram apreendidos. Pelo menos cinco pessoas foram conduzidas coercitivamente para prestar depoimento.
De acordo com o promotor responsável pelo caso, o esquema contava com a participação direta de funcionários públicos que, em troca de propina, aceleravam ou aprovavam processos de transferência de veículos com documentação irregular. Empresários e donos de concessionárias também estariam envolvidos, aproveitando-se das brechas para comercializar veículos de forma fraudulenta.
“O objetivo da operação é desarticular completamente essa organização criminosa que lesava os cofres públicos e comprometia a segurança jurídica dos processos de compra e venda de veículos”, afirmou o promotor.
O Detran-BA informou, por meio de nota, que está colaborando com as investigações e que servidores suspeitos serão afastados preventivamente. Já o Governo do Estado declarou que repudia qualquer prática ilícita envolvendo agentes públicos e promete rigor nas apurações.
A operação conta com a atuação conjunta de diversas forças policiais: Delegacia de Repressão a Furtos e Roubos de Vitória da Conquista (DRFR), Departamento de Polícia do Interior (Depin), Diretoria Regional de Polícia do Interior (Dirpin/Sudoeste), 10ª Coorpin de Vitória da Conquista e o Departamento de Proteção à Mulher, Cidadania e Vulneráveis (DPMCV).
As investigações continuam sob sigilo, mas os responsáveis não descartam novas fases da operação e o indiciamento de mais envolvidos.