O caso do soldado Wesley, alvejado por colegas na Barra. A hinvestigação da corregedoria da Polícia Militar da Bahia acerca da morte do soldado Wesley Soares, em março deste ano no Farol da Barra, em Salvador, foi concluída e apresentada nesta quinta-feira, 21, em coletiva de imprensa.
O Inquérito Policial Militar (IPM) concluiu que a ação dos agentes do Batalhão de Operações Especiais (Bope) da PM foi em legítima defesa, e que psicólogos acionados e que tiveram contato com o policial no dia, indicam que ele teve um “possível surto” motivado por questões políticas.
Foi descartada a conexão da morte com qualquer insatisfação na sua atividade policial ou outros problemas de ordem do trabalho, ou pessoal.
De acordo com o inquérito, que anexa os laudos periciais, técnicos e exame de balística, os policias reagiram após Wesley atirar contra um dos dois grupamentos, localizados na rua Marquês de Caravela. Ele foi atingido na perna, e, mesmo caído, ainda atirou outras nove vezes contra os colegas de corporação.
No total, Wesley foi alvejado oito vezes, sendo sete das vezes em locais estratégicos, nas “extremidades” como pés, pernas, mãos e braços, e uma vez na cintura, que foi o tiro fatal.
“É importante frisar que Wesley foi atingido por sete disparos, um de raspão, que foram realizados por diversos PM’s. Quando houve no início a ação violenta, ele permanece atirando, todos os policiais do Bope, tanto da célula tática quanto o atirador, realizaram disparos. E todos que atingiram Wesley, exceto um na cintura, foram nas extremidades do corpo”, explicou o oficial encarregado pelo IPM e corregedor adjunto da PMBA, tenente coronel Agnaldo Ceita, que conta que mesmo ferido, no chão, ele tentou sacar outra arma que estava no coldre.
“Já no chão, buscando a segunda arma, ele tenta fazer a retirada deste armamento, mas já é impedido pela equipe do Bope que faz a contenção, retirando do seu poder as outras duas pistolas, uma no colete e uma no coldre”, completou.
Conforme os oficiais, diversas medidas eram perigosas, pois podiam aumentar o estado de irritação de Wesley, que xingava e proferia palavras de ordem. Seriam elas o uso de explosivos e também um disparo em uma das mãos que usava para segurar o fuzil.
O uso de cachorros policiais, colocado em prática, também não avançou, pois, assim que os animais chegaram, Wesley saiu do raio de ação de 10 metros, necessários para algum tipo de intervenção.