O Brasil tem 30,2 milhões de pessoas sobrevivendo com um salário mínimo de R$ 1,1 mil. A quantidade de brasileiros com a renda mensal atingiu um patamar recorde, segundo estudo elaborado pela consultoria IDados, com base nos indicadores da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad) do segundo trimestre.
Entre o total de ocupados no País, o grupo dos trabalhadores que recebem até um salário mínimo representa 34,4%. O patamar também é o mais alto já apurado desde o início da série histórica, em 2012.
Outro recorte do levantamento permite aferir que dos 30,2 milhões de trabalhadores que ganham até um salário mínimo, quase 20 milhões são negros. 43,1% dos negros ocupados recebem até R$ 1,1 mil. No quarto trimestre de 2015, no melhor momento da série histórica, 34,4% ganhavam até o salário mínimo.
O que a pesquisa mostra é que quando os brasileiros conseguem algum tipo de trabalho, na informalidade ou como conta própria, são mal remunerados. O cenário é ainda mais dramático para as famílias no contexto da inflação e da alta de alimentos, , energia elétrica e combustível: no acumulado de 12 meses, a inflação já está próxima de 10%.
“As pessoas estão encontrando um mercado de trabalho diferente do que existia antes da pandemia. É um mercado em que muitas empresas faliram, quebraram. Grande parte das opções de emprego não existe mais. Muita gente entra no mercado como conta própria ou informalmente, e essas pessoas tendem a ter um rendimento mais baixo do que aquelas que trabalham com carteira”, explicou o pesquisador do IDados e autor do levantamento, Bruno Ottoni.