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Preso desde 14 de janeiro, o ex-ministro da Justiça e Segurança Pública e ex-secretário de Segurança Pública do DF Anderson Torres disse à Polícia Federal que a Polícia Militar do DF não seguiu o plano elaborado pela pasta para os atos de 8 de janeiro em Brasília. Ele prestou depoimento à Polícia Federal por cerca de 10 horas nesta quinta-feira.
Torres é investigado por omissão dolosa e conivência nos atos de vandalismo nas sedes dos Três Poderes, na capital federal. O ex-secretário disse também que o governador afastado do DF, Ibaneis Rocha (MDB), sabia que ele viajaria para os Estados Unidos em 7 de janeiro, e que as passagens foram compradas em 21 de novembro.
No entanto, diz que “nunca recebeu nenhum pedido do governador Ibaneis para que negligenciasse com a segurança pública, ao contrário, ele sempre foi muito preocupado com a manutenção da ordem”.
Torres disse ainda que não esqueceu o celular nos Estados Unidos, mas que o perdeu. Segundo ele, todas as conversas profissionais e pessoais que ele teve estavam no aparelho.
Os advogados do ex-secretário, Demóstenes Torres e Rodrigo Roca, chegaram por volta das 10h ao 4º Batalhão de Polícia Militar do DF. O depoimento começou às 10h30. O Ministério Público Federal (MPF) também participou da oitiva.
No primeiro depoimento, em 18 de janeiro, Anderson Torres ficou em silêncio. Desta vez, apresentou a versão dele sobre os fatos investigados.
O inquérito, que foi aberto pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, investiga a conduta de Torres na gestão da segurança pública do DF durante os atos extremistas de 8 de janeiro. Ele não estava no Brasil, mesmo tendo conhecimento das manifestações programadas por meio de redes sociais.
À PF, o ex-secretário-executivo de Secretaria de Segurança Pública do DF Fernando de Sousa Oliveira disse que não recebeu orientação específica de Torres, e que o ex-ministro antecipou informalmente as férias, marcadas para começar em 9 de janeiro.
Além disso, Sousa contou que antes de deixar o Brasil, o ex-secretário não o apresentou aos comandantes das forças policiais nem ao governador Ibaneis Rocha (MDB).