‘Não é possível fazer segurança com esse prende e solta’, lamenta Rui

O governador Rui Costa defendeu nesta quinta-feira (30) um debate nacional sobre as audiências de custódia e sobre a criminalidade gerada pela tráfico de drogas. “Não é possível fazer segurança pública com esse prende e solta”, criticou Rui, em conversa com a imprensa durante a inauguração do Colégio Estadual Vila Canária, em Salvador. “Ou a gente discute seriamente isso ou a gente está fazendo retórica só para ocupar os telejornais ou as páginas de internet com o tema segurança”.

Neste debate, o chefe do executivo incluiu dois pontos: as audiências de custódia em que um preso é solto em casos como flagrante com armas pesadas ou munição para explodir bancos, por exemplo, e formas de reduzir o consumo de drogas no Brasil e “para acabar com o vínculo de tantas mortes com o consumo tão alto de drogas.” Segundo Rui, “a gente conhece os bandidos aqui, conhece os criminosos. Eles são presos e são soltos no outro dia. Todo dia é isso, prende, solta, prende e solta. Os bandidos ficam aterrorizam as comunidades.”

Anuário

Também nesta entrevista coletiva, o governador criticou estatísticas sobre a violência nos estados. “Não é possível comparar coisas desiguais”, disse. Rui explicou que a classificação de determinadas ocorrências, como homicídio,  varia em cada lugar da federação.

“Tem estado que quando você encontra um corpo com afundamento de crânio, se foi retirado de uma lagoa, de um rio,  alguns classificam como mortes a investigar. Outros como a Bahia – tá claro que ali não não bateu a cabeça numa pedra. Ele recebeu a pancada antes e o corpo foi jogado na água – a gente classifica como homicídio”, explana. “É como se a gente tivesse um torneio de campeonato de futebol e um time registrasse os gols que fazem de mão e outros não registram”.

A situação da Bahia em estatísticas de violência tem sido utilizada pelo candidato da oposição ao governo do estado, o ex-prefeito ACM Neto (União Brasil). Rui defende a adoção de um padrão nacional de elaboração dessas estatísticas. “Espero que, com o governo (do presidenciável) Lula (PT), nós tenhamos um programa, um ministério, uma estrutura nacional de acompanhamento de monitoramento e articulação de ações voltadas à segurança pública”, arrematou Rui.

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